segunda-feira, outubro 26, 2009

O que representa um evento para se discutir a comunicação? No Amapá...

Esse texto vai para os comunicadores de plantão. Mas que sejam comunicadores que escolheram como ofício de vida serem agentes comprometidos com a informação dos seus expectadores, sejam ouvintes, leitores, ou mais além. Falo com esses que do privilégio de estarem nos estúdios das rádios, nas redações jornalísticas e de revistas, nas televisões, nas academias, nos postos de gestão, aprenderam os deveres éticos das suas responsabilidades, mesmo que não os pratiquem, sabem que existem. É preciso falar sobre os trâmites da comunicação. É urgente se discutir de que maneira serão definidas as maneiras de caminhar para o futuro. Se de agora para frente será construída uma comunicação comprometida com o bem comum ou com parcelas da sociedade, com grupos, com interesses, com particularismos, e de que maneira relacionar as duas modalidades, se assim é possível.  A política da comunicação interessa, a politização da comunição interessa, a despolitização da comunicação interessa, a ideologização da comunicação interessa.
Mas será que consigo chegar próximos desses de quem faço referência? Um evento de comunicação serve para quem? Um grupo seleto? Para falar sobre o que? Assuntos seletos? E a comunidade em geral? E a sociedade?
O papel jornalístico dos meios de comunicação é de serem veículos democráticos, críticos, participantes. Não há, hoje, como ver as sociedades, ditas pós-modernas, sem a presença dos meios de comunicação. Mas, há um perigo em meio (dentre tantos): os veículos estarem nas mãos de pessoas sem nada de compromisso com a sociedade que fazem parte. E o que está sendo falado aqui não é nada que se entenda dentro do contexto fantasioso, segundo alguns, de certos discursos de esquerda, segundo outros, mas fala-se aqui do público a favor do público. Será que existe empresa de comunicação que seja realmente privada? Afinal, toda empresa de comunicação não seria uma concessão? Portanto, tendo a finalidade para a dimensão social. Mas por que será que toda sociedade está alienada dessa condição-entendimento, se é possível usar um termo bem à esquerda? Uma rádio publica é concessão da sociedade para a sociedade, assim como o empreendimento privado. Uma TV, um jornal. Mas onde está o empoderamento público desses espaços? A sociedade se vê representada por esses meios? Quando não há essa representação alguma coisa vai mal. E não estamos falando aqui de programas que exploram o grotesco, o sensacionalista, o espetáculo, mas de propostas de participação coletiva que prezam pela educação do coletivo, pela politização democrática do coletivo, pela qualidade das percepções sobre a realidade histórica.
As muitas perguntas aqui postas são problematizações possíveis para serem discutidas num evento de comunicação, principalmente em terras Tucujú, onde a presença familiar-política é dramaticamente patente. Esse quadro não é exclusivo do contexto local, repete-se como um crescer de ervas daninhas Brasil afora, tornando o campo dos meios de comunicação algo indissociável das vontades parcelares desses grupos, que invariavelmente estão nos espaços de poder, abusando dos recursos ideologizantes, fisiológicos. Assim, torna-se cada vez mais difícil que o ato de comunicação desvirtue o caráter político (entendendo a política maior, a participação política, os indivíduos em busca de seus direitos, sabendo dos seus deveres), como sendo algo das politicagens, fazendo-nos crer que não há mais saída para a política representativa, e, por tabela, para os meios de comunicação, vendidos. Há saída para isso? Sim. Colocarmos isso tudo em discussão é um dos caminhos. Evitar calar os atores sociais. A promoção do debate é necessária. Esse debate precisa ser claro, construtivo, distante de vaidades, de autopromoção. Diretrizes devem ser pensadas, articuladas estratégias, realizadas, os resultados devem ser revistos, novas direções fundamentadas, por fim.  É um processo constante visando os papéis sociais dos meios de comunicação. Parece que pensar no coletivo é algo difícil, que deve ser provocado pelos mais diversos atores sociais como condição fundamental para um processo de comunicação democrático. Essa é somente uma dimensão do desafio. Outras estão automaticamente na agenda das discussões: as mídias sociais, seus impactos e desdobramentos; as relações público-privado e os meios de comunicação; as mídias e o elemento econômico; qualificações, o papel da academia; as convergências das mídias, patrocínios, apoios, projetos; a política e as mídias; empreendedorismos sociais e comunicação; há tanto que falar!
Será que os organizadores e os trabalhadores dos meios de comunicação no Amapá terão a esperada ousadia e liberdade para tocarem certos pontos sensíveis em meio a esses temas? Vamos esperar pra ver. As noticias que temos até agora é que há certo amadorismo em cena. Senhores e senhoras, o mínimo que se espera de vocês é compromisso, até porque vocês estão nos lugares onde a comunicação é pensada. Mas para quem? Que tal respondermos numa boa discussão sem recalques? Espero vocês na Iª Conferência Estadual de Comunicação do Amapá, e ser realizada, quiçá, em novembro do corrente, visando a conferência nacional em Brasília, no mês de dezembro!
Respiros!
E a fundação do senhor do Maranhão-Amapá como anda sem credibilidade e apoio$? Goes Bad!
A Expofeira aqui em Macapá vai de vento em popa, esse modelo já dura 46 edições, contando essa. Uma bela vitrine para o governo, mas...
Ainda há muito o que desenterrar do setor da mineração no Amapá, basta ter disposição de arqueólogo, mas com curiosidade de político ou empreiteiro.
Enquanto isso, fazemos bons contatos por questões mundiais...
Acompanhem o www.neppac.blogspot.com             

Dúvidas, orientações, criticas e sugestões:

Msc. Luciano Magnus de Araújo.
Para Conversações: (96) 8117.7450
Emails de contato: 
LMA3@HOTMAIL.COM
lucianoaraujo3@yahoo.com.br
lucaraujo3@gmail.com
ORKUT: Luc Araújo
Twitter: 
www.twitter.com/lucaraujo3

quarta-feira, outubro 21, 2009

Um presente

Gostaria de agradecer ao design Luciano Pedroza pelo presente da nova logomarca do Observatório Amapá. Com talento o grande design e professor conseguiu criar um elemento visual perfeito para o nosso projeto. Agradeço, caro amigo!

Luciano Magnus de Araújo

o Editor

BlogBlogs.Com.Br

domingo, outubro 11, 2009

Demandas territoriais no Amapá e o trabalho antropológico

O potencial das demandas por demarcações territoriais no estado do Amapá definem um cenário interessante para análises por parte de profissionais em antropologia. A existência de comunidades indígenas e de afro-descentes possibilita contextos de análise onde na medida em que atualiza discussões sobre os potenciais analíticos do discurso científico, revela realidades sobre disputas, atuações institucionais, atores, problemas, carências. É bem certo que em relação às comunidades indígenas já existe uma situação bem resolvida; salvo a atualidade de novos empreendimentos da modernidade técnica que se insurge nos espaços reconhecidos dos povos indígenas, vide as questões atuais sobre a estrada que corta a terra Uaçá, ainda precisando de estudos antropológicos. Afora isso temos alguns outros pontos que merecem reflexão quando do trabalho antropológico em terras amapaenses.
Nesse contexto alguns atores sociais estão diretamente envolvidos, e mais diretamente quando o tema de territorialidade toca as comunidades afro-descendentes, sejam aquelas já tituladas como terras quilombolas, ou as que estão em processo, mas que já se auto-identificam como quilombos. A demarcação nessas terras parte, portanto, de uma dimensão cultural, simbólica, identitária, coletiva. Mas que também fundamenta certo caráter político. E nesse ponto é preciso considerações breves, para as dimensões desse artigo. A quem interessa o tornar-se quilombola? Ou o auto-reconhecimento é um processo de construção que não necessita de mediações, sendo construído por força do grupo interessado em se auto-identificar e ser reconhecido pelo resto da sociedade? No caso de haverem mediadores o que representam no contexto do grupo, a voz coletiva, dispondo claramente todos os desdobramentos do tornar-se quilombo? Essas são algumas questões fundamentais para o trabalho do antropólogo. Muitas vezes não são postas claramente, mas ao longo das elaborações dos Laudos Antropológicos ou Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA`s), os documentos técnicos que corroboram o judiciário nos contextos de demarcação, precisam ser respondidas. A construção do trabalho antropológico é um processo demorado, necessitam reconhecimentos, relativizações. É um trabalho em etapas, compondo momentos indispensáveis: a auto-identificação das terras, o processo direcionado a Fundação Palmares, o acionamento das instituições públicas de justiça, o laudo antropológico, dando suporte às outras etapas. Nesse contexto, o trabalho técnico do profissional de ciências sociais, o antropólogo, é de participar a lógica da comunidade sobre o uso da terra, sua historicidade, suas ligações entre o ontem e o hoje enquanto grupo. É preciso haver clareza nesses desdobramentos.
Há hoje uma clara defasagem de pessoal nas instituições competentes sobre territorialidade no Brasil, que precisam da elaboração dos estudos antropológicos para resolver certas demandas. Essa defasagem enseja em geral demora nos processos, disputas que muitas vezes procuram distorcer dados, emperrar processos. É preciso entender que, no contexto das disputas, há sempre discursos que querem ser identificados como verdadeiros, construído narrativas sobre propriedade a terra que exigem pesquisa, estudo, verificação. Nesses pontos é onde se situa o trabalho antropológico.
A atualidade do conceito quilombola, assim como a posse a terra nos possibilita a reflexão sobre problemas que estão situados no presente, mas que remontam sincronias e diacronias históricas que precisam ser equacionadas cientificamente, criteriosamente, mesmo que o contexto dessa pesquisa seja o campo de tradições, de práticas e entendimentos coletivos; isso tudo posto na mesa. Menos o exclusivo poder do dinheiro. Nesse ponto é onde se situa a antropólogo como profissional multidisciplinar, atento as demandas de coletividades, em suas realidades específicas, mas vendo ao longe os movimentos da sociedade mais amplamente.
Respiros
Em Macapá, como sempre, para ver os caros eleitores, o homem do senado. E seu séquito
Há quem diga que tudo deve ser apagado, e que precisamos recomeçar do zero. Eita!!!
Alguém pode responder porque tantos afagos nas câmaras ao mesmo tempo que tanto abraços nos bastidores?
Quem usa ônibus coletivo em Macapá sabe o miolo da cabeça que tem de tanto balançar.
Quer ser criativo, contrate um acessor político!
Dúvidas, orientações, criticas e sugestões:

Msc. Luciano Magnus de Araújo.
Para Conversações: (96) 8117.7450
Emails de contato:
LMA3@HOTMAIL.COM
lucianoaraujo3@yahoo.com.br
lucaraujo3@gmail.com
ORKUT: Luc Araújo
Twitter:
www.twitter.com/lucaraujo3